O que acontece com seu hipocampo quando você não dorme o suficiente

Novo estudo descobre que a privação do sono ou não dormir o suficiente afeta o hipocampo e a memória

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Não dormir o suficiente pode ter sérias repercussões no hipocampo, uma estrutura cerebral que, entre outras coisas, contribui para a memória de curto e longo prazo. Isso é apoiado por uma nova pesquisa da Universidade de Michigan.

Que descansar bem e por um número suficiente de horas é fundamental para vários aspectos da nossa saúde já se sabe, mas novas pesquisas científicas, publicadas no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), acrescentam agora outro detalhe importante. (Leia também: Insônia: 10 coisas que acontecem ao seu corpo quando você não dorme o suficiente)

A privação do sono leva ao aumento da atividade de neurônios inibitórios no hipocampo, uma área do cérebro essencial para orientação, além de processar e armazenar novas memórias.

Consequentemente, não dormir o suficiente (ou mesmo se privar do sono, por exemplo, passando uma noite sem dormir para estudar ou trabalhar) atrapalha o processamento e armazenamento de novas memórias, ou seja, tem um efeito extremamente prejudicial na memória.

@Pnas

Como disse o Dr. Aton, professor associado do Departamento de Biologia Molecular, Celular e do Desenvolvimento da Universidade de Michigan:

Como esses neurônios restringem a atividade em sua vizinhança, essa resposta fisiológica torna impossível captar a atividade neuronal normal na estrutura do hipocampo. Eu sempre digo aos meus alunos que uma noite sem dormir não os ajuda a se preparar para um exame.

Esses resultados, obtidos em um modelo animal, no entanto, se confirmados por mais pesquisas, podem ter implicações importantes para estratégias de aprendizado, mas não apenas.

Mesmo em distúrbios como o Alzheimer, onde as dificuldades de sono são comuns, pode haver uma relação entre o mecanismo fisiológico descrito neste estudo e a perda de memória. Mas, argumenta o professor Aton, também pode haver uma função protetora dos neurônios ou uma reação psicológica adaptativa contra memórias estressantes:

A perda de sono às vezes pode ser terapêutica. Por exemplo, usar a privação do sono após um evento traumático pode ser uma maneira de prevenir o TEPT.

Realmente não é a primeira vez que a privação do sono ou o descanso noturno insuficiente foram associados à memória fraca. Já em 2014, cientistas das universidades de Oxford, Cambridge, Harvard, Manchester e Surrey haviam apontado em entrevista que quem se contenta em dormir 4 ou 5 horas por noite vê uma redução de 15% na capacidade de memorizar e aprender com facilidade . . (Leia também: Você dorme 2 horas a menos que 60 anos atrás, mas quais são os riscos?)

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Fontes: Universidade de Michigan/PNAS

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