Estudo sobre Hantavírus mostra que restauração florestal pode reduzir risco de doenças zoonóticas

Um estudo de 2020 mostra a suposta correlação entre o desmatamento e a incidência de hantaviroses e outras zoonoses no populoso Brasil.

Não guarde o abacate assim: é perigoso A saúde dos seres vivos, que obviamente também afeta o bem-estar humano, está intrinsecamente ligada à saúde ambiental. Para evitar novas pandemias, epidemias e zoonoses no futuro, ações devem ser tomadas o mais rápido possível para defender e proteger os ecossistemas naturais do nosso planeta, incluindo a Mata Atlântica brasileira, onde doenças zoonóticas como a hantavirose correm o risco de explodindo. A partir de um artigo científico publicado em agosto de 2020 na revista Science of the Total Environment assinado por um grupo de estudiosos brasileiros (Paula Ribeiro Prist et al.), verifica-se que a transmissão dehantavírus, uma infecção de alta mortalidade que se espalha pelo contato humano com roedores-praga, pode ser reduzida em 45% se o Brasil restaurar sua Mata Atlântica aos níveis exigidos pela Lei de Proteção da Vegetação Nativa (BNVPL - Lei de Proteção da Vegetação Nativa - Lei nº 12.651/2012).  

Em poucas palavras, o hantavírus - que é transmitido aos humanos pelo contato direto com as fezes, saliva e urina de roedores infectados ou pela inalação do vírus através de excrementos de roedores - se espalharia mais rapidamente quando as florestas fossem derrubadas e as populações de roedores fossem numericamente Alto.




Embora as simulações propostas no estudo supracitado ainda não tenham sido confirmadas por pesquisas de campo adequadas, esses primeiros dados científicos mostram que a redução do risco de doenças zoonóticas poderia ser favorecida pela restauração da cobertura florestal.


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Desmatamento e hantavírus

Sem dúvida, o atual Pandemia do covid-19 voltou a chamar a atenção do público para o perigo de doenças zoonóticas, embora as zoonoses - ou seja, doenças transmitidas pelo contato entre humanos e animais - sempre tenham representado uma ameaça à saúde pública mundial. 

De acordo com os citados cientistas brasileiros, portanto, o desmatamento em curso no país estaria positivamente correlacionado com o aumento do risco de doenças zoonóticas. Com a perda progressiva do habitat natural, de fato, a dinâmica ecológica (incluindo a dinâmica predador-presa) deixaria de ser tão eficaz no combate ou regulação de doenças.

Outro estudo realizado três anos antes por Paula Ribeiro Prist, pesquisadora da EcoHealth Alliance, organização sem fins lucrativos com sede em Nova York, já havia destacado que a restauração florestal poderia ser uma estratégia adequada para nos proteger de doenças zoonóticas.

Prist afirmou ainda, em referência à pesquisa de 2020, que:

"Este foi o primeiro estudo que abordou a questão da correlação entre doenças zoonóticas e reflorestamento em áreas tropicais" [...] "e, até onde se sabe, o terceiro estudo a identificar a ligação entre doenças zoonóticas e florestas restauração em todo o mundo.".

Como já mencionado, as simulações realizadas por Prist e seus colegas levaram à conclusão de que a restauração do Mata Atlântica do Brasil poderia mitigar o risco de contratação de síndrome cardiopulmonar por hantavírus, uma zoonose altamente letal. Na opinião deles, um trabalho de reflorestamento maciço poderia ajudar a reduzir as populações de pequenos mamíferos que carregam a doença.


O estudo enfatiza que a transmissão da doença aumenta quando as populações de roedores portadores são grandes e a densidade populacional é alta; além disso, as taxas de transmissão aumentam proporcionalmente à medida que as temperaturas locais aumentam, e isso acontece justamente quando as florestas são derrubadas e desmatadas. O aumento da prevalência de hantavírus em roedores pode, portanto, ser um fator de risco epidêmico para as populações vizinhas.


Embora o hantavírus seja altamente letal para humanos, a transmissão entre indivíduos é bastante rara. Embora seja improvável que dê origem a uma pandemia global como a do COVID-19, essa doença ainda pode ter efeitos devastadores em contextos regionais e locais peculiares.

A metodologia de pesquisa

Para investigar como e até que ponto a restauração florestal pode afetar a prevalência de doenças zoonóticas, Prist e colegas compararam alguns conjuntos de dados sobre a abundância de roedores em áreas arborizadas e desmatadas em todo o estado brasileiro de São Paulo.

A equipe usou essas informações para estimar o grau de prevalência do hantavírus atualmente em comparação com o que seria com os níveis de restauração da cobertura florestal exigidos pela Lei de Proteção à Vegetação Nativa Brasileira.

Este último é menos rigoroso do que o código florestal antigo Brasileiro, introduzido pela primeira vez em 1965. O antigo código garantia a conservação de florestas e outras formas de vegetação natural em áreas consideradas essenciais, como, por exemplo, as próximas às nascentes e às margens dos rios. Essa legislação revolucionária também exigia que os proprietários de terras preservassem uma certa porcentagem de terras florestais.

Em 2012, porém, as políticas do governo brasileiro já haviam mudado e o novo código florestal acabou perdendo essa vocação inicial. A Lei de Proteção da Vegetação Nativa Brasileira (BNVPL) manteve convenientemente a destinação de uma área mínima de vegetação nativa em terras privadas, mas, ao mesmo tempo, enfraqueceu consideravelmente as diretrizes do antigo código florestal, legitimando um impulso incontrolável para desmatamento, ainda incentivado pela presidência de Bolsonaro.


Por que proteger a Mata Atlântica 

Estudo sobre Hantavírus mostra que restauração florestal pode reduzir risco de doenças zoonóticas

La Mata Atlântica do Brasil é um ecossistema de importância global porque possui não apenas uma alta biodiversidade, mas também um grande potencial de armazenamento de carbono.


A crescente pressão antrópica exercida sobre esse ecossistema ao longo dos séculos, no entanto, não beneficiou em nada a Mata Atlântica. Antes da chegada dos europeus, há 500 anos, a Mata Atlântica se estendia por mais de 150 milhões de hectares no que hoje é o leste do Brasil, uma área quase equivalente à superfície da Mongólia. A outrora maciça Mata Atlântica perdeu mais de 90% de sua cobertura florestal nativa. Esse vasto território abriga mais de dois terços da população brasileira e inclui as megacidades de São Paulo e Rio de Janeiro. 

A recuperação da floresta é hoje um objetivo importante, estabelecido em escala global para combater as mudanças climáticas, salvar espécies e melhorar a vida das comunidades locais cuja sobrevivência depende da floresta.

Em particular, os chamados O Bonn Challenge, lançado pela Alemanha e pela IUCN em 2011, visa restaurar 350 milhões de hectares de floresta até 2030 por meio da adesão voluntária dos países participantes.

Fontes: ResearchGate/PLoS

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