Novas espécies de botos são descobertas no Brasil. É a primeira vez que isso acontece desde o fim da Primeira Guerra Mundial. Chama-se Boto Araguaio ou Boto-do-Araguaia e deram-lhe o nome do curso d'água em que foi encontrado, o Araguaia. É o quinto de seu tipo no mundo, pelo menos entre os até agora conhecidos pelos cientistas.
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Novas espécies de botos são descobertas no Brasil. É a primeira vez que isso acontece desde o fim da Primeira Guerra Mundial. Chama-se Boto Araguaio ou Boto-do-Araguaia e deram-lhe o nome do curso d'água em que foi encontrado, o Araguaia. É o quinto de seu tipo no mundo, pelo menos entre os até agora conhecidos pelos cientistas.
Em seu estudo, publicado na revista Plos One, os pesquisadores argumentam que é separados dos outros sul-americanos há dois milhões de anos. Há cerca de 1.000 indivíduos vivendo neste afluente do rio Amazonas, que tem mais de 2600 quilômetros de extensão.
“É muito parecido com os demais - explica o autor, Dr. Tomas Hrbek, da Universidade Federal do Amazonas -. Foi algo muito inesperado, está em uma área onde as pessoas sempre o veem, é um grande mamífero, o fato é que ninguém deve ter observado bem. É muito emocionante”.
Os cientistas dizem que existem alguns diferenças no número de dentes e eles suspeitam que a espécie do rio Araguaia seja menor, mas a maioria das pistas foi encontrada nos genes. Analisando amostras de DNA de dezenas de golfinhos em ambos os rios, a equipe concluiu que a criatura que habita o rio Araguaia é de fato uma nova espécie. Não há compartilhamento de linhagem. O DNA mitocondrial diz isso.
Os golfinhos de rio estão entre os criaturas mais raras do mundo. Mas também entre os que correm maior risco de extinção, afetada pela perda de habitat, acidentes de barco e caça indiscriminada. De acordo com a IUCN, existem apenas quatro espécies conhecidas e três delas estão na lista vermelha porque estão criticamente ameaçadas. A nova espécie, devido às ameaças que enfrenta, também deve ser classificada como Vulnerável na Lista Vermelha, dizem os autores.
Esses golfinhos são apenas parentes distantes de seus primos do mar - eles tendem a ter bicos longos que permitem a caça de peixes na lama no fundo dos rios. Acredita-se que uma das espécies mais conhecidas, o golfinho Baiji, ou golfinho do rio Yangtze, foi extinta em 2006, apenas para renascer em 2007.
Roberta Ragi
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