As duas Fridas: o significado por trás da pintura mais enigmática e dolorosa do artista mexicano

As duas Fridas: o significado por trás da pintura mais enigmática e dolorosa do artista mexicano

As duas Fridas, é isso que está por trás do quadro mais enigmático do artista mexicano, pintado após o divórcio de Diego Rivera.

Ele está prestes a acabar atropelado, sua mãe o salva

Todas as pinturas de Frida Kahlo são enigmáticas mas uma em particular sempre despertou curiosidade e é a pintura "As duas Fridas“, Autorretrato onde a artista se retrata duplamente, pintado em um momento de grande sofrimento após o divórcio de seu marido Diego, cedido em 28 de dezembro de 1966 ao MAM, Museu de Arte Moderna da Cidade do México.





À direita ela vestia um vestido tradicional tehuana, segurando a foto de seu amado na mão, à esquerda Frida separada de Diego, em um vestido de renda branca com traços mais ocidentais. Duas mulheres que não se olham apesar de estarem sentadas uma ao lado da outra. Como se sua alma estivesse dividida ao meio, uma ligada à tradição, a outra mais emancipada para simbolizar, provavelmente, o conflito interno entre duas partes de si mesmo, unidas, mas também separadas. Uma duplicidade tão cara à sua arte que lhe causa dor, embora represente sua essência tão articulada e complexa, característica que a torna única.

Como muitas vezes acontece nas suas obras, mesmo aqui os órgãos internos são visíveis, e neste caso específico são os corações, elemento que regressa frequentemente nas suas pinturas, também pelo forte valor emocional e espiritual. Em “Due Fridas” o coração à direita, dela em um vestido mexicano com uma foto de Diego na mão, está intacto e vermelho brilhante, enquanto o dela da esquerda com uma tesoura na mão está quebrado e de uma cor mais opaca.

Para conectá-los uma artéria que, no entanto, é rompida pela própria artista com uma tesoura cirúrgica, talvez para simbolizar o desejo de romper o vínculo com o passado e sua experiência dolorosa, que a levou ao divórcio após mais uma traição, a pior, consumida por Diego com sua irmã.

A separação vivida tragicamente tanto que as duas Fridas, o passado e o presente, apesar de próximos não se olham nos olhos, para sublinhar a distância entre a Frida colorida de coração pulsante e a branca, pálida, triste, destruído pela dor, mas também determinado a acabar com essa experiência.

Significado da imagem

Em última análise, parece que o artista nesta pintura tentou expressar sua condição emocional durante a transição de uma condição para outra, do antes para o depois, do eu apaixonado para o novo eu determinado a se divorciar mesmo com dor. Mostrando em seu estilo único e inconfundível como é difícil enfrentar as passagens da vida, principalmente quando elas exigem o abandono de algo e, portanto, também de uma parte de si mesmo.



Como Frida é brilhante e corajosa nessa forma de se representar, em sua capacidade de mostrar sua interioridade sem filtros, de não se envergonhar de sua própria complexidade e fragilidade, dizendo-se através de sua arte que, apesar de tudo, pulsa com vida.

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Crédito da foto: Museu de Arte Moderna



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